[QUADRINHOS] Vingadores versus X-Men: A Saga que Abalou o Universo Marvel (bom, mais ou menos)

Uma breve análise das grandes sagas da Marvel na última década

Todos que lêem quadrinhos da Marvel e da DC Comics já sabem que, especialmente na última década, todas as sagas de ambas as editoras são anunciadas como abaladoras do universo de seus personagens principais. É uma jogada de marketing que já cansou muitos leitores veteranos, mas que, felizmente ou não, continua rendendo vendas o suficiente para que continuem no negócio de quadrinhos de super-heróis como duas das maiores editoras do gênero.

Este ano a Marvel publicou aquele que prometeu ser o grande evento da editora dos últimos 8 anos, tempo que demorou para ser desenvolvido, algo que começou lá atrás, em 2004, com o cancelamento do título The Avengers na edição 503 com a saga Vingadores: A Queda (republicada pela Panini em 2008). Se ela cumpriu o que prometeu? Em grande parte sim. Mas daqui a pouco explico isto em mais detalhes. Antes cabe uma recapitulação.

A grande verdade é que a última saga alteradora de paradigmas publicada pela Marvel foi Guerra Civil, em grande parte idealizada pelo “Midas” dos quadrinhos da década passada: Mark Millar. Os super-heróis da editora, com destaque para o Capitão América e Homem de Ferro, viraram notícia em diversos meios não diretamente relacionados aos quadrinhos graças ao debate ideológico levantado pela trama, que girava em torno de políticas governamentais claramente baseadas na Era Bush, e os jogava em vários dilemas morais originados pela simples pergunta: De que lado você está? Ela dizia respeito a quais heróis apoiavam a Lei de Registro de Super-Humanos, a qual exigia que cada super-humano dos Estados Unidos se registrasse junto ao governo, revelando sua identidade secreta, com a garantia de que ela seria mantida em sigilo, e quais deles se recusariam a dar um passo tão ousado em suas carreiras como combatentes do crime.

Guerra Civil, de fato, foi uma grande história. Foi, por exemplo, aquela que me atraiu de volta para a Marvel, e fez com que eu voltasse a colecionar quadrinhos da editora, algo que durou até meados de 2011, quando decidi parar novamente. E isto se deveu, especialmente, às sagas e fases que vieram após Guerra Civil.

Primeiro tivemos a fase Iniciativa, que basicamente girava em torno dos heróis comandados pelo Homem de Ferro, o grande defensor da Lei de Registro em Guerra Civil, caçando outros heróis que continuavam atuando clandestinamente por não cederem à imposição de se registrarem. Um tanto longa e arrastada, foi uma daquelas tradicionais e pouco desejáveis “esfriadas” após uma história tão cheia de emoções à flor da pele.

Seguida desta fase veio a saga Invasão Secreta, que prometia grandes reviravoltas relacionadas aos heróis substituídos por skrulls, alienígenas capazes de assumir qualquer forma humana, e uma das raças mais antigas do Universo Marvel, que arquitetou ao longo de anos seu plano de dominar a Terra em todas as frentes de batalha existentes. A saga, escrita por Brian Michael Bendis, apesar de dar conta de retratar a amplitude da estratégia de dominação dos skrulls, estendeu-se além do tolerável, e as bombásticas revelações acabaram sendo bem decepcionantes em sua maioria.

Daí veio a fase Reinado Sombrio, quando Norman Osborn, que destacou-se como o grande responsável por impedir a invasão skrull, ocupou o lugar do Homem de Ferro como Diretor da S.H.I.E.L.D., que logo foi substituída pela organização M.A.R.T.E.L.O. Reinado Sombrio também começou como uma grande promessa de tornar a situação dos heróis da Marvel tão complicada quanto foi durante a Guerra Civil. Mas, na minha opinião, soou redundante, especialmente quando comparada à fase Iniciativa. Pegue o Homem de Ferro e substitua-o pelo Patriota de Ferro (o alter ego criado por Osborn para atuar como super-herói) e junte-o a uma equipe de Vingadores totalmente formada por vilões disfarçados, e a premissa foi praticamente a mesma: super-heróis sendo caçados por “super-heróis”. Não saiu disto em sua maioria.

O “Reinado” terminou com a mini-saga O Cerco, quando Norman Osborn achou que seria uma ótima idéia atacar a Asgard de Thor, que na época era uma cidade flutuante sobre uma cidadezinha no interior do estado de Oklahoma. Deu merda, claro. Osborn se ferrou, o Capitão América tomou o lugar dele como Diretor da S.H.I.E.L.D. (que, em seu processo de “ressurreição” desmantelou a M.A.R.T.E.L.O.), deixando seu escudo e nome para ser empunhado e usado pelo Buck, ex-Soldado Invernal (que na verdade já fazia isto antes mesmo do Capitão original oficializar, pois começou atuar como Capitão América após a “morte” de Steve Rogers nos momentos finais de Guerra Civil). A saga também teve o propósito de dar por encerrada a longa e um tanto confusa história do herói Sentinela, que sempre foi uma bomba relógio prestes a explodir, algo que aconteceu na história. E em seguida começou a Era Heróica.

Eu gostei da Era Heróica, pois foi o tão merecido respiro que os heróis da Marvel precisavam após tantas guerras e períodos “sombrios”. Com ela vieram algumas histórias mais apreciáveis, e Brian Michael Bendis, o grande responsável pela revitalização da marca Vingadores, escritor de Vingadores – A Queda – um marco nas histórias da equipe nos últimos anos – voltou a escrever daquele jeito descontraído que agradou tanto no início de sua fase com os personagens.

Ok, juro que já vou terminar a recapitulação com este breve parágrafo sobre a saga seguinte, A Essência do Medo. Atualmente em publicação no Brasil, a saga foi muito criticada lá fora por conta de não apresentar grandes novidades e eventos bombásticos para o Universo Marvel. Na minha opinião ela não merece um linchamento público destes, pois foi uma história de leitura bem agradável, e trouxe alguns momentos memoráveis, combates grandiosos, e um pouco daquele feeling de que só nos quadrinhos é possível juntar tanta coisa bacana e diversa e fazê-las funcionar. No caso dela um dos maiores prazeres proporcionados foi ver a mitologia dos deuses nórdicos, representados por Thor e sua Asgard, misturar-se com a alta tecnologia de Tony Stark, que durante a saga chegou a trabalhar ao lado dos anões de Asgard para forjar armas e armaduras que misturavam magia, tecnologia e poderes divinos (seus inventos foram “abençoados” por Odin em pessoa). Em suma, um dos momentos mais divertidos da história. Mas, infelizmente, A Essência do Medo não fez tanto sucesso, apesar de ter vendido bem (o que é meio paradoxal, se formos analisar).

Os Responsáveis

E então chegamos a Vingadores versus X-Men, que chegará aqui no Brasil em meados de 2013, mas que eu já li porque sou impaciente e dei um jeito de “importá-la”.

Falemos dela por partes. Primeiro a equipe criativa responsável pela história merece atenção: Brian Michael Bendis, Ed Brubaker, Matt Fraction, Jason Aaron e Jonathan Hickman nos roteiros, e John Romita Jr., Olivier Coipel e Adam Kubert nos desenhos.

Apresentando-os rapidamente para quem não conhece ou não se lembra, o Bendis foi o cara responsável por tornar os Vingadores de novo uma equipe relevante para o universo Marvel. Antes de assumir o título dos personagens eles penavam em vendas inexpressivas e histórias insossas.

Brubaker foi o cara que transformou o Capitão América num herói que não mais exigia que o leitor fosse um estadunidense patriótico para apreciar o conceito por trás do personagem, que nas mãos dele se tornou o protagonista de um título de espionagem que não deixava nada a desejar para filmes de ação com roteiros inteligentes.

Matt Fraction é o escritor que permitiu ao Homem de Ferro dos quadrinhos assimilar características de sua versão cinematográfica, mundialmente conhecida graças à performance de Robert Downey Jr., algo que fez um bem imenso ao personagem nos quadrinhos (onde andava bem enfadonho), além de também aperfeiçoar o papel do mesmo e a influência de sua tecnologia no mundo que o cerca (recentemente ele começou a desenvolver aplicações domésticas para seus geradores de repulsão).

Jason Aaron é um escritor que destacou-se, dentro da editora, no título do Wolverine, que depois de penar com histórias explorando seu passado a cada ano mais confuso e contraditório, voltou a ter aventuras divertidas, exageradas, violentas e selvagens, daquelas que sempre combinaram com o personagem, independente do que ele foi antes de ganhar o esqueleto de adamantium. Além disto, Aaron é o escritor daquele que considero no momento o melhor título da linha mutante da editora, Wolverine and The X-Men, que consegue ser tão louco e genial quanto a fase dos Novos X-Men escrita por Grant Morrison no início da década passada.

Por fim, Jonathan Hickman, cuja grande obra na Marvel foi sua fase no Quarteto Fantástico, que voltou a ter aquelas histórias cheias de idéias de grandiosidade cósmica e implicações astronômicas trans-temporais que jamais deviam ter abandonado os personagens. Sabe aquele fascínio que sentimos quando vemos seres como Galactus, o Devorador de Mundos, pela primeira vez? Ele conseguiu isto em diversos momentos com idéias que mereciam um universo só delas para serem melhor desenvolvidas sem esbarrar em questões de continuidade editorial, mas ele conseguiu se dar muito bem com as limitações.

Resumindo, são cinco dos caras mais influentes dos últimos anos dentro da Marvel, portanto, a editora passou longe de errar na escolha, que ainda contou com John Romita Jr. nos desenhos, outra figurinha carimbada, que já desenhou todos os personagens da editora em algum momento de sua carreira (ele praticamente nasceu desenhando personagens da Marvel, por ser filho do grande John Romita, aclamado por sua fase como desenhista do Homem-Aranha quando ainda era escrito por Stan Lee); Olivier Coipel, “apenas” o desenhista de Dinastia M (outra saga cujos efeitos ainda repercutem em Vingadores versus X-Men, como veremos logo abaixo) e O Cerco, além de ter desenhado duas das melhores fases recentes do Thor; e Adam Kubert, outro que já desenhou vários personagens da Marvel, com destaque para suas passagens no título do Wolverine (uma das minhas “encarnações visuais” preferidas do personagem, que poucas vezes teve sua selvageria tão bem traduzida em traços).

A Saga

Certo, prometo que agora eu começo a falar da saga! 😛

Vingadores versus X-Men começa com a iminência do retorno da entidade cósmica Fênix, sim, aquela mesma que décadas atrás (ou apenas alguns anos, dentro da cronologia dos quadrinhos) dominou a mutante telepata Jean Grey, então namorada de Ciclope, causou muitas confusões (incluindo destruir sistemas solares inteiros!), e no final forçou a x-man a sacrificar-se para eliminar a entidade ultrapoderosa e perigosa que havia se tornado com sua transformação na Fênix Negra (digamos que o “lado negro” da entidade).

Os Vingadores detectam a chegada do bicho, que tem a forma de um imenso pássaro de fogo em chamas, e descobrem que ela veio para tomar o corpo da mutante Esperança, que é considerada pela população mutante a messias de sua raça, aquela que será responsável por um renascer glorioso daquela que já foi considerada a nova etapa na evolução da espécie humana, e que anos atrás teve a maior parte de sua população “dizimada” quando a vingadora Feiticeira Escarlate surtou e lançou um feitiço em escala global (“Chega de mutantes!”) que eliminou o gene responsável por ativar os poderes de milhões de mutantes, transformando-os em seres humanos “normais” (matando alguns no processo, pois muitos dependiam de seus poderes para sobreviver).

Só pra vocês terem uma idéia de até onde apenas a premissa da saga toca, a famosa Saga da Fênix Negra, na qual Jean Grey morreu pela primeira vez (anos depois ela ressuscitou para morrer novamente no final da fase de Grant Morrison em Novos X-men, agora apenas como Fênix) ocorreu na década de 1980, enquanto a dizimação dos mutantes foi a maior e mais persistente das consequências da saga Dinastia M, esta última escrita por Brian Michael Bendis (outra vez ele). Foi graças à redução da população mutante de milhões para menos de duzentos indivíduos que Ciclope, dos X-Men, tornou-se uma espécie de líder de todos os mutantes do mundo, e passou a acreditar que Esperança, a primeira mutante a nascer após a Dizimação M (nome da fase que ocorreu nas HQs mutantes da Marvel após a Dinastia M), era um sinal de que novos tempos chegariam para sua raça (o que levou a duas outras sagas, estas mais centradas nos títulos mutantes da Marvel, que não cabem neste texto já muito extenso).

Voltando à Fênix, ela faz com que os Vingadores fiquem alarmados, pois eles já estão cansados de saber que se a entidade cósmica chegar na Terra, existe um grande risco do planeta ser destruído no processo, o que os bota contra os X-Men liderados por Ciclope, que acreditam que a Fênix chegará para salvar sua raça da extinção completa, e não apenas para sair devastando o mundo sem um motivo aparente. O Capitão América bem que tenta conversar numa boa com Ciclope, mas não demora muito até tomar uma rajada óptica bem no meio do… escudo!

A guerra está declarada, e as duas maiores equipes de heróis da Marvel começam o arranca-rabo em Utopia, a ilha-nação fundada por Ciclope como refúgio para todos os pouco menos de duzentos membros da raça mutante.

Daí pra frente Vingadores versus X-Men faz o caminho que todas as grandes sagas da Marvel fizeram: espalha-se por uma mini-série paralela àquela onde ocorre a história principal, e por inúmeras ramificações em outros títulos relacionados aos personagens envolvidos na saga. Não li todos, apenas os que julguei mais diretamente afetados pela história (Avengers, Secret Avengers, New Avengers, Uncanny X-Men e Wolverine and the X-Men, além da mini-série AxV – Versus).

No geral a história principal empolga bastante no início dos combates, fica um tanto repetitiva antes da metade, volta a esquentar com um evento que ocorre nesta altura, e muda um bocado as regras do jogo, arrasta-se por algumas edições, até chegar a um final com momentos que vão de impactantes a emocionantes. A qualidade dos roteiros variam do bom para o muito bom, chegando a quase-picos de excepcional, mas não é uma saga alteradora de paradigmas da indústria, embora tenha mudado muito do universo ficcional da editora.

E agora é aquele parágrafo em que aviso-os para interromper a leitura caso não queiram saber de eventos realmente importantes que podem impedir um prazer maior na hora de testemunhá-los pela primeira vez. Ou, resumindo, é hora dos SPOILERS!!!

Ao contrário de alguns leitores mais, digamos, exaltados, não considerei a saga uma merda nem uma grande perda de tempo, pelo contrário. Ela cumpriu grande parte do que prometeu, em especial amarrar várias tramas que se desenvolveram em grande parte da última década de histórias da Marvel, indo desde o papel da Feiticeira Escarlate na quase extinção da raça mutante, até o destino de Esperança como messias mutante, passando pela própria entidade Fênix, que, aparentemente, alcançou seu objetivo final dentro do universo da editora (pelo menos até que alguém tenha uma outra idéia para trazê-la de volta).

É importante que se comente os pontos mais significativos da saga (e, na minha opinião, as realizações positivas da mesma):

  1. A Fênix sendo dividida entre cinco hospedeiros mutantes, e seus poderes sendo usados de uma forma que, inicialmente, foi o oposto do que se esperava, deixando vários heróis divididos quanto à real natureza da entidade.
  2. A participação do Professor Xavier nos momentos derradeiros, e sua morte pelas mãos de Ciclope. Muita gente ficou indignada com esta ser a maior fatalidade da saga, mas eu achei bastante apropriada. Primeiro porque o Prof. Xavier andava sumido e sem muito o que fazer desde que Ciclope transformou-se no principal defensor e líder da causa mutante. Depois porque os diálogos finais entre ele e seu pupilo estão entre os mais emocionantes de toda a saga, e da própria trajetória dos personagens, graças aos eventos que levaram ambos até aquele instante fatal. E também pela importância de Xavier na trajetória dos X-Men, incluindo a fundação do grupo. Ou seja, ele era um personagem que merecia uma morte marcante, emocional e significativa. Sua despedida pontua o final de uma longa fase de desesperança para os mutantes da Marvel, embora também estabeleça o renascimento de um velho problema que enfrentavam, como veremos adiante.
  3. Ciclope transformando-se na Fênix Negra. É o grande momento do personagem em toda a saga. Ele passou a maior parte da história sendo pintado de vilão, e depois tentando convencer a todos de que suas intenções eram boas, e que ele queria só resolver os maiores problemas do mundo sem interferência de outros heróis que não compreendiam a natureza dos poderes que controlava. Finalmente vê-lo na mesma posição que o maior amor de sua vida, Jean Grey, foi uma daquelas sequências em quadrinhos que pegam o leitor veterano de jeito. “É assim… É assim que a Jean se sentia…” é o tipo de frase que, quando lida pela primeira vez saindo dos lábios do personagem numa parte tão climática da história tem a capacidade de levar o leitor imediatamente a outro dos momentos mais dramáticos da história dos super-heróis, a primeira morte de Jean Grey, e fazê-lo sentir a mescla de dor, realização e compreensão de Ciclope, que enfim sente-se mais próximo que nunca da pessoa que perdeu em meio às batalhas que enfrentou.
  4. A Magia do Caos da Feiticeira Escarlate, e a Fênix domada por Esperança como catalizadoras do renascimento dos mutantes como raça em ascensão. Foi a grande redenção de uma personagem que gerou algumas das maiores tragédias do universo Marvel nos últimos anos, e a realização de uma profecia que já fora anunciada há anos, encontrando, ainda, uma forma de utilizar uma ameaça antiga para solucionar um dos maiores problemas que os mutantes da editora enfrentaram nos últimos anos. Basicamente isto não apenas restaurou o status quo dos mutantes quase ao ponto em que se encontravam antes da Dizimação M, como trouxe de volta o grande problema enfrentado por eles durante a maior parte de sua existência no Universo Marvel: o preconceito contra sua raça super-poderosa e em crescimento, graças à ameaça que representa para os seres humanos “normais.” Uma jogada estratégica muito bem feita por parte dos realizadores da história.
  5. O novo status de Ciclope. De aluno exemplar a professor a líder mutante a ameaça cósmica e finalmente traidor de seus amigos e assassino daquele que o adotou como filho. Este é o resumo da trajetória do personagem ao longo de suas décadas de existência. É assim que ele termina a saga. Sem os poderes da Fênix, sem o apoio da maior parte de seus amigos, encarcerado numa prisão comum, impedido de usar seus poderes mutantes. É a grande promessa de vilão para a próxima fase dos títulos mutantes do universo Marvel;
  6. E, claro, a melhor decisão não-tomada em nenhum momento da saga: o retorno de Jean Grey. Seria o momento perfeito para tirarem mais esta ressurreição da manga, mas felizmente resistiram à tentação de trazer a personagem de volta, e deixaram-na descansando em paz onde quer que esteja sua alma. (Ok, eu sei que aqueles de vocês que estão acompanhando as notícias dos próximos títulos da Marvel sabem que isto não é totalmente verdade, mas a forma como encontraram de trazê-la de volta eu aprovo, pois não envolve a palavra “ressurreição”, e estou muito curioso pra ver como a idéia será trabalhada)

Com o fim de Vingadores versus X-Men a editora entra na fase Marvel Now, que já começa prometendo novos rumos para a maior parte dos personagens envolvidos na saga, incluindo uma interação maior entre membros de ambas as equipes de super-heróis, que gerará, inclusive, uma formada por integrantes de ambas.

Talvez a grande realização da saga foi mostrar que, apesar dos altos e baixos, e de ainda não ter sido dessa vez que a Marvel conseguiu criar outra história alteradora de paradigmas, os responsáveis por planejar os rumos de seu vasto elenco de personagens tiveram a capacidade de criar uma coerência entre os grandes eventos da editora nos últimos 8 anos, construindo uma cadeia de acontecimentos que conectam-se satisfatoriamente sem ofender a inteligência de seus leitores.

Não foi desta vez que a Marvel deu um passo além, mas foi corajosa a decisão de sua “alta cúpula” em encerrar algumas das grandes tramas que nortearam os destinos de seus heróis e vilões nesta longa e fértil fase, que, na média final, agradou mais do que decepcionou.

Que a nova leva de títulos traga dinâmicas interessantes e histórias empolgantes e revigorantes, e que a editora sossegue um pouco e deixe cada escritor tirar o máximo de proveito de suas respectivas séries, antes de envolvê-las em grandes teias de histórias interconectadas por sagas de proporções cósmicas. Mas sei que esta última parte é quase impossível de realizar-se. Havendo histórias boas o suficiente para se contar, está valendo, e quem ganha somos nós. Que Odin assim o queira!

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