2014 foi um grande ano para as adaptações de quadrinhos pra TV, com muitas delas estreando, ou voltando para novas temporadas. Além disto, tivemos mais um ano de um clássico com meio século de vida, o final de um marco da animação norte americana, e o 4º ano de uma bem sucedida adaptação de livros pra TV.
Vamos à lista:
8 – Constantine
A polêmica em torno da série já começou quando a NBC vetou a ideia de mostrar John Constantine fumando na série. Isto logo desagradou fãs de longa data do personagem, que ano que vem completa 30 anos. Daí já dá pra se ter uma noção do tamanho da encrenca que o canal comprou com leitores antigos de Hellblazer.
Acontece que David S. Goyer e Daniel Cerone são fãs confessos da versão dos quadrinhos, e se empenharam para transpôr para a TV o personagem e alguns de seus arcos famosos com máximo de fidelidade possível.
A série começou mediana, pouco diferente de Supernatural, por exemplo, mas aos poucos foi entrando nos eixos. Primeiro com a adaptação do arco de estréia da série solo do personagem no episódio 4, e no episódio 10 começou a adaptação do arco envolvendo o confronto entre Constantine e a Brujeria, que promete tornar a série ainda mais sombria.
Além disto, deram um jeito de botar Constantine com um cigarro na boca vez ou outra, pra satisfazer a exigência dos fãs, e no último episódio ele até apareceu dando uma tragada numa bituca. Portanto, dá pra dizer que há potencial para melhorar muito.
A série retorna dia 19 de janeiro.
7. The Flash
Abraçando o material que lhe serviu de base, The Flash, ao contrário de Arrow – sua “irmã mais velha”, onde o Barry Allen de Grant Gustin apareceu pela primeira vez – resolveu adotar o aspecto colorido dos quadrinhos (o herói usa um uniforme vermelho!).
O protagonista é uma versão rejuvenescida do Flash da Era de Prata, Barry Allen, que por sua vez tem mais semelhanças com a personalidade de Peter Parker – um jovem nerd que ganha poderes que ele logo aprende a usar com responsabilidade.
Durante quase toda a primeira metade da temporada de estréia a série apresentou um vilão por episódio, mas sempre tomando o cuidado de amarrar todos em torno do acidente que deu a Barry sua supervelocidade, e à figura misteriosa do Dr. Harrison Wells. Além disto, nos últimos episódios, o grande nêmesis de Flash, o Flash Reverso, foi apresentado em grande estilo, e prometendo episódios ainda mais empolgantes quando a série retornar dia 20 de janeiro.
6. Gotham
O grande desafio aqui foi criar uma série sobre Gotham City sem o Batman. A solução encontrada foi focá-la no início da carreira de James Gordon, futuro comissário de polícia, e na ascensão de alguns dos vilões mais icônicos do Cavaleiro das Trevas.
Até o momento a série apresentou mais acertos do que erros, e vem fazendo um ótimo trabalho de desenvolvimento de personagens, com destaque para todas as participações de Oswald Cobblepot, o Pinguim, que vem roubando a cena desde o início da temporada.
Vale também atentar para o detalhe de que a série apresenta uma bem pensada mistura entre o tom mais gótico dos filmes dirigidos por Tim Burton, e o realismo dos filmes de Christopher Nolan, aspectos que, ao longo dos episódios, os roteiristas e diretores foram encontrando um meio de equilibrar, gerando um entretenimento satisfatório.
Gotham retorna dia 5 de janeiro.
5. Agents of S.H.I.E.L.D.
A 1ª metade da 1ª temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. foi mediana, com episódios que passavam a impressão de que não estavam caminhando para lugar algum. Tudo mudou na metade final, quando os roteiristas da série começaram a preparar o terreno para o crossover entre ela e o filme Capitão América: O Soldado Invernal. O salto de qualidade foi notável.
Com o desmantelamento da S.H.I.E.L.D. como consequência dos fatos apresentados no filme, os personagens tiveram que lidar desafios maiores, que geraram várias perdas e cicatrizes físicas e emocionais, que os tornaram mais tridimensionais.
Foi neste cenário de crise que o Agente Coulson ressurgiu como Diretor da S.H.I.E.L.D. no início da 2ª temporada, atormentado por visões de um código que ele sentia uma necessidade vital de talhar numa parede secreta do QG improvisado da organização, que ele e seus comandados tentam reerguer. O tal código logo se revelou parte de um mistério ainda maior, envolvendo o cadáver de um alienígena, uma cidade subterrânea desconhecida pela humanidade e… o potencial para que a 2ª metade da temporada seja ainda mais envolvente quanto foram seus 10 primeiros episódios, algo que pode ser potencializado ainda mais com o já esperado crossover entre a série e o filme Vingadores: Era de Ultron.
Para os fãs da série a espera por seu retorno será longa. Ela volta apenas dia 3 de março. Portanto, se ainda não assistiu, dá tempo de ficar em dia.
4. Doctor Who
Nesta 8ª temporada fomos apresentados à mais nova regeneração do Doutor, a 12ª. Com ela os fãs da série tiveram que dar adeus ao charme juvenil das versões interpretadas por David Tennant e Matt Smith, e se adaptarem à severidade de um Doutor com aparência e personalidade mais maduras, graças em grande parte à interpretação de Peter Capaldi.
Esta última temporada dividiu os fãs da série por conta de alguns episódios esquecíveis, mas também conseguiu agradar muitos com episódios brilhantes como Listen e Dark Water, e o excelente Into The Dalek, além da volta do maior inimigo do Doutor de uma forma bem inusitada.
Que venha logo a 9ª temporada e o início da busca por Gallifrey!
3. The Walking Dead
É inegável que The Walking Dead evoluiu muito ao longo dos últimos 5 anos. Começou como uma boa adaptação dos quadrinhos nos quais se baseia, oscilando entre diálogos constrangedores entre os personagens, e boas sequências de suspense. Logo os roteiristas sacaram qual era o forte da série, e passaram a investir mais na correria e a explorar melhor o silêncio, rendendo alguns episódios memoráveis.
A série deu um salto qualitativo ainda maior na 4ª temporada, que procurou se afastar um pouco dos quadrinhos, e investir mais na relação interpessoal dos personagens, dividindo o elenco em grupos menores, o que os tornou mais interessantes do que jamais foram nos anos anteriores. E tudo isto nos trouxe para esta 5ª temporada, que apresentou a sequência mais consistente de episódios da série até o momento.
Muitos podem discordar do destino final de uma das personagens, apresentado no midseason finale, mas até aquele momento vimos uma continuidade daquele cuidado com que lidaram com os personagens, equilibrando o desenvolvimento dos mesmos com as sequências de ação. O que torna a espera pela metade final da temporada ainda mais angustiante. Que venha com tudo dia 8 de fevereiro, e consiga firmar-se como o melhor ano de todos da série!
2. Game of Thrones
Para começar, foi o melhor ano da série na HBO no que diz respeito a audiência – foi uma média de 7 milhões de espectadores por episódio. Além disto, os roteiristas assumiram diversos riscos, sendo que um deles veio logo no 2º episódio da temporada, com a tão esperada morte de um dos personagens mais odiados da série. Outro foi desviar-se diversas vezes dos livros de George R.R. Martin nos quais se baseia.
Algumas das mudanças feitas com relação aos livros foram bastante questionáveis, sendo uma das mais polêmicas a forma como ocorreu o reencontro entre Jaime e Cersei Lannister (comentado aqui), mas no geral a temporada ofereceu mais surpresas que as anteriores, justamente por estes desvios da fonte original.
Tudo isto ajudou a série a tornar-se imprevisível, tanto para quem leu os livros d’As Crônicas de Gelo e Fogo, como para os espectadores que nunca leram nenhum deles, o que aumentou ainda mais a curiosidade pra saber o que os showrunners D.B. Weiss e David Benioff estão preparando para a 5ª temporada.
1. A Lenda de Korra
Quando foi anunciada esta continuação de Avatar: A Lenda de Aang, os fãs da série anterior ficaram tanto ansiosos pra conferi-la, como preocupados se ela conseguiria manter o nível de qualidade de sua antecessora.
4 temporadas e 52 episódios depois, Korra conseguiu a façanha de apresentar um elenco de personagens tão complexos quanto os de “A Lenda de Aang” , uma narrativa que fugiu das convenções do gênero – por exemplo, não tentou empurrar goela abaixo do espectador um romance entre a protagonista e algum personagem masculino – e ainda a inclusão de temas pesados pra uma série animada ocidental, como transtorno de estresse pós-traumático e a subversiva cena final (mais sobre ela aqui).
Por arriscar-se tanto, A Lenda de Korra teve que enfrentar vários obstáculos, como ter a exibição de sua 3ª temporada interrompida na TV, passando a ser exibida apenas via streaming, além de ter sido forçada a desistir de um episódio inteiro por problemas com o orçamento da 4ª temporada (mais detalhes sobre isto aqui). Mas, apesar de tudo isto, ela conseguiu terminar como uma das melhores séries animadas já produzidas para todas as idades, sem subestimar a inteligência de seus espectadores nem “amaciar” o impacto de vários golpes desferidos pela trama contra eles. Por tudo isto, ela merece dividir o mesmo patamar ocupado por sua antecessora. Korra marcou época tanto quando Aang.
A lista acima foi uma adaptação livre da feita pelo site ComicBook.
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